O risco-país acumula alta de 29% no ano, após saltar 43,6% em 2020. Mesmo assim, Paulo Guedes desfila pela Esplanada com suas bombas fiscais: o parcelamento dos precatórios e a reformulação do Bolsa Família, que aumentam as incertezas sobre o cumprimento do teto de gastos.
“Desde que o ministro da Economia, citou um ‘meteoro de gastos’ ao falar sobre o pagamento dos precatórios, em 29 de julho, o indicador cresceu 6,6%, para 184,5 pontos”, alerta a Folha.
“O risco-país tem subido, principalmente, pelo lado fiscal, que continua sendo uma preocupação. Tivemos a entrega de uma MP sem valor definido e a questão dos precatórios, que sem dúvida é um remanejamento do orçamento. Já sinaliza que não vai existir uma folga orçamentária”, diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.
Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, a elevação do risco-país já está mais perceptível desde junho, quando Guedes entregou ao Congresso o projeto com a segunda fase da reforma tributária, com alterações no Imposto de Renda.
“A entrega desse texto, que deveria ter sido positiva, logo teve toda uma repercussão não somente nas contas públicas, mas sobre como essa tributação afetaria as pessoas jurídicas. Esse primeiro impacto já gerou uma impressão negativa e, a partir dali, tivemos uma alta na percepção de risco, que depois ainda se acentuou”, disse.
Para piorar, diz ela, “o cenário político não anda bem, a aprovação de reformas ou assuntos da agenda econômica não caminham no Congresso”.
Fonte: O Antagonista