Vacinas contra o câncer estão em desenvolvimento e devem ser aprovadas até 2030
No Brasil, a Fiocruz já segue os estudos nessa tecnologia, e está trabalhando no desenvolvimento de uma vacina contra o câncer de mama
As vacinas de RNA mensageiro (RNAm), as mesmas que entraram pra história na pandemia de Covid-19, estão em fase de desenvolvimento para combater diferentes tipos de câncer. Especialistas ouvidos pelo jornal O Globo apontam que a primeira aplicação de uma dose terapêutica para tratamento de um tumor deve ser aprovada ainda nesta década.
As empresas que tiveram sucesso na criação dos imunizantes de RNAm contra o coronavírus já estavam trabalhando no desenvolvimento das vacinas contra o câncer, mas precisaram redimensionar os esforços durante a pandemia.
Até o momento, a vacina mais avançada é contra o melanoma, câncer de pele mais agressivo. A dose foi desenvolvida pela Moderna em parceria com a MSD, está na última fase de testes clínicos e recebeu o status de ‘terapia inovadora’ nos Estados Unidos. Alguns dados já analisados apontaram que a vacina proporcionou uma redução de 49% no risco de morte ou recorrência, e de 62% no de morte ou metástase.
Outro laboratório que lidera a criação de imunizantes de RNAm é o alemão BioNTech, que já está desenvolvendo doses avançadas contra o melanoma e o câncer de pulmão de células não pequenas, além de aplicações para carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço, câncer colorretal e adenocarcinoma ductal pancreático. No Brasil, a Fiocruz já segue os estudos nessa tecnologia, e está trabalhando no desenvolvimento de uma vacina contra o câncer de mama.
Alguns representantes da Moderna e da BioNTech já afirmaram que essas vacinas podem se tornar uma realidade até 2030. Os especialistas ouvidos pelo O Globo vão no mesmo sentido a citam um cenário positivo a partir dos estudos iniciais. “Como os estudos clínicos já estão acontecendo, e os primeiros resultados levam cerca de três anos de acompanhamento, em meados de 2026, 2027, já podemos sim ter uma aprovação, então é uma previsão realista. E o potencial dessas vacinas é imenso, vai ser um novo divisor de águas na oncologia”, afirma o oncogeneticista Bruno Filardi, pós-doutor em Imunopatologia Celular pela USP.
DiarioPB com Brasil 247