Prefeito de Porto Alegre sucateou empresa de saneamento, que tem mais de 2,5 mil cargos vagos
Dmae é responsável pela manutenção do sistema de contenção de cheias da capital gaúcha, que falhou nas enchentes deste ano
A gestão do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), promoveu o sucateamento do Departamento Municipal de Águas e Esgotos (Dmae), responsável pela manutenção do sistema de contenção de cheias e distribuição de água na cidade. Atualmente, a empresa está com 2.543 cargos vagos, que deveriam ter sido preenchidos por meio de concursos públicos, e acumulou nos últimos anos mais de R$ 400 milhões em caixa, dinheiro que não foi revertido em investimentos.
Melo chegou a anunciar um projeto de privatização da autarquia no início de 2023, mas voltou atrás e falou em “parceirizar” o órgão com a iniciativa privada. O sucateamento do setor de saneamento de Porto Alegre começou na administração de Nelson Marchezan (PSDB), que extinguiu o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP). As funções do DEP foram incorporadas pelo Dmae, que não recebeu os investimentos necessários e fez com que a manutenção do sistema de contenção de cheias piorasse.
Porto Alegre conta com 23 Estações de Bombeamento de Águas Pluviais (EBAPs) que compõem o sistema de drenagem da cidade. No entanto, apenas quatro delas estavam em operação quando as águas invadiram diversos bairros da capital gaúcha, incluindo o Centro e o Aeroporto Salgado Filho.
Em entrevista à TV 247, o engenheiro Augusto Damiani, ex-diretor-geral do DEP e do Dmae, afirmou que a operação do sistema de contenção de cheias falhou, com a vedação das comportas e das Casas de Bombas não sendo feitas da maneira adequada. “Tem uma comporta que faz seis anos que tem um processo administrativo para arrumá-la. O sistema não falhou. O que falhou foi a operação. A água entrou pelo caminho de saída, que são as casas de bomba. Isso é muito grave”, afirma.
Com Brasil 247