Sob Bolsonaro, Caixa inflou contratos publicitários para Gusttavo Lima e “Caneta Azul”. Cachês iam até R$ 1 milhão
Gastos com publicidade na Mega da Virada durante o governo Bolsonaro representaram quase o triplo do que com Dilma Rousseff
A Caixa Econômica Federal desembolsou quantias substanciais para contratos publicitários envolvendo os cantores Gusttavo Lima e Manoel Gomes, conhecido pelo sucesso “Caneta Azul”, durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro, de acordo com informações obtidas pelo UOL por meio da Lei de Acesso à Informação.
Em 2019, Manoel Gomes recebeu quase R$ 1 milhão (valores corrigidos) para participar da campanha da Mega da Virada daquele ano. Esse montante tornou-se o terceiro contrato mais caro pago pela Caixa para a publicidade do sorteio em um período de 12 anos.
No caso de Gusttavo Lima, o cantor, que declarou seu apoio público a Jair Bolsonaro em 2018, recebeu R$ 1,1 milhão em 2020, equivalente a R$ 1,4 milhão corrigido, para ser garoto-propaganda do sorteio. O questionamento sobre contratos anteriores firmados desde 2012 feito pelo UOL levou a uma resposta da Caixa em setembro, revelando a amplitude dessas contratações
Tais contratos são parte dos custos milionários da Caixa com publicidade da Mega da Virada durante a gestão de Bolsonaro, totalizando R$ 5,9 milhões. Isso representou o dobro dos gastos em comparação com o governo Temer e quase o triplo dos gastos durante o governo Dilma Rousseff, quando ajustado proporcionalmente.
Além disso, em 2019, Manoel Gomes recebeu R$ 550 mil por meio de vídeos, trilhas sonoras e postagens em nome da Caixa, o que, corrigido, totaliza R$ 859 mil. Três anos depois, ele concorreu a deputado estadual pelo partido de Bolsonaro, o PL, sem sucesso.
Procurada para comentários, a Caixa informou que “a atual gestão aprovou um novo plano de comunicação que considera o cenário e define quais os melhores caminhos para a execução das campanhas publicitárias do banco”, e que cada administração define suas próprias estratégias. A entidade reforçou que os contratos anteriores seguiram a lei vigente.
DiarioPB com Brasil 247