Investigação revela que Padre Egídio usou ação social para enriquecimento pessoal na gestão do Hospital Padre Zé
O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado do Ministério Público da Paraíba (Gaeco/MPPB) deflagrou nesta quinta-feira (5) a Operação Indignus, que investiga desvios de recursos no Hospital Padre Zé, em João Pessoa. O promotor Octávio Paulo Neto afirmou que os envolvidos na operação utilizaram movimentos sociais como meio de enriquecimento pessoal.
A ação cumpriu 11 mandados de busca e apreensão nas cidades de Conde e João Pessoa, além de São Paulo. Segundo as investigações, o padre Egídio de Carvalho e dois outros investigados são suspeitos de crimes que incluem organização criminosa, lavagem de capitais, peculato e falsificação de documentos.
O destaque das investigações é o padre Egídio, que desfruta de um padrão de vida elevado em João Pessoa. Ele reside na cobertura do Luxor Paulo Miranda, localizada à beira-mar do Cabo Branco, área de alto valor imobiliário na capital paraibana. Imóveis semelhantes na região são avaliados em cerca de R$ 2 milhões.
A Operação Indignus também revelou uma confusão patrimonial entre os bens e valores de pessoas jurídicas associadas a um dos investigados. A investigação apontou que vários imóveis foram adquiridos de forma aparentemente ilícita, a maioria de alto padrão.
O Hospital Padre Zé emitiu um comunicado à imprensa, destacando que a atual gestão, que assumiu recentemente, está colaborando com as investigações e que os investigados na operação não fazem mais parte da diretoria da instituição.
O coordenador do Gaeco, Octávio Paulo Neto, enfatizou a apropriação de causas sociais legítimas por pessoas que visam apenas o ganho financeiro, descrevendo tal comportamento como “profundamente indignante”. A operação foi desencadeada em meio a suspeitas de desvios milionários de recursos destinados ao Hospital Padre Zé, gerando um escândalo público envolvendo a venda de telefones doados pela Receita Federal.
A investigação também encontrou indícios de que o ex-diretor do hospital, Padre Egídio Carvalho, possuía uma considerável lista de imóveis, incluindo luxuosas coberturas em prédios de alto padrão. A defesa do padre afirmou que ele está à disposição do Ministério Público para prestar esclarecimentos.