Com supervisão de direção do paraibano Luiz Carlos Vasconcelos, espetáculo discute história do Brasil sob olhar de grupos ignorados
Sete espíritos de personagens inspirados em grupos historicamente ignorados da construção social do Brasil debatem um possível retorno ao país para um acerto de contas. Esse é o ponto de partida da obra cênica visual NAU, que segue em cartaz neste final de semana, de quinta-feira (02) a domingo (05), às 19h, e está com temporada online até novembro, em www.projetonau.art.br.
Os ingressos estão à venda no https://www.sympla.com.br/
Os personagens partem de uma experiência por três cidades brasileiras: Salvador e Rio de Janeiro, antigas capitais do país, e Brasília, atual capital federal. Nesses locais a legião de espíritos – união de diversas energias de pessoas que passaram pela história do Brasil em situações de subalternidade – avalia os cenários marcados por diversas formas de opressão. “É como se cada personagem fosse uma compilação de grupos minoritários. Eles representam um rizoma da subalternidade brasileira”, explica Daniel Arcades, diretor.
Além desses personagens principais, que formam essa legião de espíritos, há personagens humanos, também fictícios, totalizando 15 atores em cena. Daniel explica que a história de NAU começou há quatro anos, mas foi em 2018 que o argumento se tornou nítido para a dupla de diretores: uma peça futurista em que personagens que viveram em diferentes épocas do Brasil voltassem e analisassem o país atual. “É uma obra fruto de um tempo e espaço completamente diferenciados dos tradicionais formatos de teatro”, acrescenta, ao avaliar a produção durante a pandemia.
Thiago Romero assina com Arcades a direção de NAU e afirma que o musical nasce do anseio de recontar a história do Brasil sob a ótica de grupos que foram ignorados dessa construção: “NAU foi feito para repensar a lógica da narrativa da história a partir de personagens silenciados pelos documentos oficiais. É uma revisão necessária e que encontra brecha no que vivemos hoje, quando tantos grupos têm reivindicado seus espaços. É a história do Brasil contada a partir da visão do colonizado, não do colonizador”.
Com realização da Via Press Comunicação, Paula Hazin e Teatro da Queda, a montagem original conta com direção de produção de Paula Hazin. As canções da trilha do espetáculo foram compostas por Daniel Arcades e Filipe Mimoso – este último assina também a direção musical de NAU. Os efeitos especiais foram assinados por VJ Dexter e VJ Cayetano. Edeise Gomes assina a coreografia. O projeto foi selecionado pelo edital Fábrica de Musicais – Ano II, da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Prefeitura Municipal de Salvador.