MPF processa União por danos causados por Moro no golpe contra Dilma e nas eleições de 2018
Em ação civil pública, os procuradores Emanuel Ferreira e Camões Boaventura pedem reparação pelos danos coletivos causados por Moro na condução da Lava Jatoque resultou na "manipulação judicial do processo de impeachment em 2016 e das eleições de 2018".
Os procuradores da República Emanuel Ferreira e Camões Boaventura, do Ministério Público Federal (MPF) em Mossoró, no Rio Grande Norte, apresentaram nesta terça-feira (31) uma Ação Civil Pública contra a União por danos morais coletivos causados pela atuação do ex-juiz Sergio Moro na condução da Lava Jato que resultou na “manipulação judicial do processo de impeachment em 2016 e das eleições de 2018”.
“Sérgio Moro apresentou comportamento que revela ‘sistemática atuação em violação à necessária separação entre as funções de julgar e investigar’ e praticou reiteradas ofensas contra o regime democrático”, diz o texto sobre a ação publicado no site do Ministério Público Federal.
Na ação, os procurados ainda destacam que a Lava Jato “como um todo, da maneira como desenvolvida em Curitiba, influenciou de modo inconstitucional o processo de impeachment de 2016”, em relação ao golpe parlamentar que depôs Dilma Rousseff (PT) da Presidência há exatos cinco anos.
Na ação, os procuradores propõe que a União desenvolva um projeto de “educação cívica” na Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAN) e da Escola Nacional do Ministério Público (ESMPU), “a fim de prevenir que agentes do sistema de justiça atuem em prol de novos retrocessos constitucionais”.
O objetivo é incentivar “a promoção de cursos, pesquisas, congressos, conferências, seminários, palestras, encontros e outros eventos técnicos, científicos e culturais periódicos com magistrados e membros do Ministério Público abordando os temas da democracia militante, erosão constitucional e democrática e das novas formas de autoritarismo de tipo fascista e populista, a fim de qualificar os respectivos profissionais nas novas tarefas a serem desempenhadas em prol da proteção do regime democrático e em respeito ao sistema acusatório”.