De origem grega a palavra “demagogia” significa “a arte ou o poder de conduzir o povo”. É a utilização de argumentos apelativos e emocionais para alcançar objetivos políticos. Há uma frase de Abraham Lincolm que acho sensacional para definir bem o que seja demagogia: “É a capacidade de vestir as ideias menores com palavras maiores”. Uma dialética que chega a fascinar os incautos.
A hipocrisia é a arma predominantemente usada pelos demagogos. Eles são hábeis na formulação de promessas desprovidas de verdadeiras intenções. Uma falsidade que transforma o caráter das pessoas. Abusam do aproveitamento das fragilidades para colocar em prática seus ardís. Idealistas fingidos. A máscara de honestidade que manipula consciências.
Os demagogos conseguem conquistar seguidores idiotizados. A canalhice que marca suas personalidades, aos olhos de muitos, torna-se qualidade. Um endeusamento que cega. Eles são cafajestes por natureza, porque se promovem à custa da enganação, do ludibrio, da tapeação. Camuflam ideologias e adoram um espetáculo midiático.
É preciso desmascarar suas efêmeras imponências. Não podemos nos embriagar com as manifestações verborrágicas amparadas no manto da demagogia. Segundo Aristóteles: “a demagogia é a corrupção da democracia”. Os demagogos se apresentam como porta-vozes do povo, mas pensam só em si mesmos. São doentes morais que geram a miséria e produzem crises.
É pena que estejamos vivendo um tempo fértil para os demagogos. A débil capacidade da racionalidade do debate público, oferece campo aberto para suas intervenções. Estrategicamente incentivam o ódio para proveito próprio. Utilizam o cinismo como tática. Adotam um discurso moralista em que o bem e o mal, o certo e o errado, o justo e o injusto, são classificados conforme seus interesses. E uma massa alienada os acompanha como se fosse “gado”.
Rui Leitão
Jornalista e escritor.