Projeto da PMJP contribui para que população se livre de objetos que seriam jogados no lixo
Sofás velhos, guarda-roupas, geladeiras. O que fazer quando móveis e eletrodomésticos de longo uso se tornam dispensáveis? É comum vermos objetos desse tipo jogados pelas ruas, em terrenos baldios, canteiros, calçadas e leito de rios. Em alguns casos, a intenção é deixá-los nas calçadas para serem recolhidos, no entanto, a coleta de lixo domiciliar não leva objetos de grande porte.
Em João Pessoa, a população dispõe na Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur) de serviços de fácil acesso e gratuito. Trata-se do Cata-treco, uma alternativa prática e confortável para se livrar daquele sofá em desuso ou daquela geladeira velha.
O cidadão não gasta um centavo e ainda contribui com a preservação do meio ambiente e a limpeza de sua cidade. A Emlur, órgão responsável pela limpeza urbana da cidade, recolhe gratuitamente, na casa do cidadão, o móvel em desuso. Basta ele ligar para o ‘Alô Limpinho’ 0800 083 2425 (chamada de telefone fixo) e 3214 7658.
“Verificamos que é comum à população descartar objetos inadequadamente, como sofás, colchões, fogões, cadeiras, vasos sanitários, carcaças de TV, computadores e tantos outros. Objetos que descartados irregularmente poluem e deixam a cidade feia”, ressaltou o superintendente da Emlur, Lucius Fabiani. Segundo ele, não faz sentido o descarte irregular quando o poder público oferece o serviço. “Até porque para fazer o errado à população, em geral, tem um custo e acionando a Emlur o serviço é gratuito”, reforçou.
O projeto Cata-treco foi lançado em 2013 com a pretensão de evitar o descarte de móveis usados em vias públicas. A população pode solicitar a remoção dos objetos em qualquer bairro da cidade e da Grande João Pessoa.
Segundo Fabiani, essa iniciativa sustentável está em sintonia com outros projetos promovidos pela Autarquia, como a produção do Sabão Ecológico, de vassouras à base de garrafas pet, a criação de pontos de coleta de lixo eletrônico, de núcleos de coleta seletiva e campanhas educativas levadas à população e as escolas do município.
“São projetos com base em iniciativas simples, voltados para a mudança de mentalidade da população, que mostram que existem maneiras do cidadão contribuir com a preservação do meio ambiente e com a melhoria da qualidade de vida da sua cidade”, destaca.
Caminhão – Para dar suporte às ações, a Emlur conta com um caminhão baú e uma equipe formada por dois agentes de limpeza e um motorista. O caminhão traz nas laterais da carroceria o mascote da Emlur e a frase “Possui móveis velhos ou aparelhos quebrados? Não jogue na rua, chame o Cata-treco da Emlur. 0800 083 2425”.
Os objetos coletados podem ter vários destinos. A primeira etapa é a coleta e a triagem. Se estiver em bom estado em condições de uso poderá ser doado de imediato à população ou a repartições públicas municipais. A segunda etapa é a restauração. A Emlur possui uma Oficina de Artes com uma equipe especializada na restauração desses objetos.
Caso não seja possível a recuperação, os objetos são destinados para um dos cinco núcleos de coleta seletiva da Emlur, onde passarão por uma triagem. Quando o objeto encontra-se muito danificado, sujo, sem condições de reaproveitamento o destino será o Aterro Sanitário, localizado na BR – 101- Muçuré.
Mensalmente são atendidas em média até 200 solicitações. Desse montante apenas cerca de 5% dos objetos estão em condições de uso para serem doados, 20% vão para a coleta ou são reaproveitados e 75% vão para o aterro. De acordo com o chefe do setor de Coleta Seletiva da Autarquia, Gilberto Felix, todos os pedidos registrados através do ‘Alô Limpinho’ são enviados às equipes de coleta, que atendem as demandas em um prazo máximo de 48 horas em dias úteis. “Atualmente recebemos em torno de 8 a 10 chamadas por dia. Os objetos mais comuns doados pela população são sofás, colchões, geladeiras, fogões e máquina de lavar. Quando se trata de repartições públicas são mais armários e cadeiras”, explica.
Para Gilberto Felix, a iniciativa também objetiva estimular a mudança de comportamento da população. “Se cada um fizer a sua parte, essas pequenas ações individuais resultarão em uma melhoria significativa no cenário urbano da Capital”, enfatiza.
Segundo ele, o recolhimento desses móveis descartados em locais impróprios requer o trabalho de vários agentes, sem contar que acarretam na necessidade de serviços de outros órgãos públicos como das Secretarias de Infraestrutura (Seinfra), Desenvolvimento Social (Sedes), Saúde (SMS) e Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob).
A dona de casa Luíza Medeiros, gostou do projeto. “Muito bom. Ligamos para o 0800 e no outro dia o pessoal da Emlur veio buscar o sofá. Nós compramos um novo e não sabíamos o que fazer com esse velho, foi aí que ficamos sabendo por um programa de rádio que existia o Cata-treco”, contou.
Já o senhor José de Souza descartou um fogão antigo que foi da sua mãe. “Nós não queríamos descartar em qualquer lugar porque é ferro, demora muito a se decompor. Ficamos sabendo do Cata-treco pela Internet e o atendimento é rápido e seguro”, disse.
Secom/JP