Moto representam 74% dos acidentes de trânsito registrados no Hospital de Trauma
O Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena registrou quase 10.500 atendimentos a vítimas de acidente de trânsito em 2016. Deste total, 7.774 envolveram motocicletas, o que representa 74% das entradas. De acordo com os dados do Núcleo de Estatística da instituição, a maioria das vítimas é jovem, do sexo masculino, na faixa etária entre 20 a 30 anos de idade, com 2.937casos. Em 2015, foram 10.272 acidentados.
Dentre os bairros de João Pessoa com maior incidência destacam-se: Mangabeira (287), seguido por Valentina Figueiredo (252) e o Centro da Capital (165). Ainda de acordo com os dados divulgados pelo setor de estatísticas, os episódios acontecem com mais incidência nos finais de semana e nas primeiras horas das segundas-feiras.
De acordo com o neurocirurgião Gustavo Patriota, as pessoas trazidas ao hospital em decorrência de acidentes de moto geralmente recebem pancadas fortes na cabeça, com graves consequências, e muitas vezes, havendo necessidade da realização de cirurgia. “O trauma por acidente com moto está virando uma epidemia e as vítimas são, na sua grande maioria, os jovens. Dependendo da gravidade da lesão neurológica, o paciente pode apresentar tonturas, dor de cabeça ou ser levado para o bloco cirúrgico para realizar procedimentos cirúrgicos de urgência. Em média, nesses casos graves a internação é longa, a recuperação é vagarosa e pode trazer sequelas”, comentou.
Já o ortopedista da unidade hospitalar, Mouribe Arruda Felinto, explicou que muitas das vítimas de acidentes com motocicletas sofrem fraturas expostas de membros superiores e inferiores e, por isto, o tempo de recuperação é mais lento. “Essas fraturas exigem procedimento cirúrgico, com a colocação de síntese metálica como placa, parafuso ou pino e, geralmente, o paciente sofre vários tipos de lesões podendo necessitar da assistência de diferentes especialidades médicas, simultânea ou separadamente”, ressaltou.
O pescador Rossiny Macedo, 30 anos, interno no complexo hospitalar devido a acidente de moto, falou sobre os desafios do processo de recuperação e pediu mais prudência aos motociclistas. “Sofri um acidente considerado grave e tive grande parcela de culpa. Cheguei à unidade de saúde com uma fratura na bacia, que me impossibilita ainda de andar, e uma fratura exposta no braço. Agora tenho que adaptar toda a minha vida em função do ocorrido, faço fisioterapia diariamente e sou acompanhado por um ortopedista. Espero me recuperar o mais breve possível”, frisou.
DIÁRIOPB com Assessoria