Presidente da Comissão de Direitos Humanos denuncia prisão injusta de oito trabalhadores rurais
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, Frei Anastácio, manifestou, hoje (27), total apoio aos oito moradores posseiros da fazenda Pau a pique, em São José dos Ramos, que estão presos desde quarta-feira, na cadeia pública de Pilar, acusados de causar prejuízos na propriedade do desembargador do Tribunal Regional do Trabalho, Paulo Maia.
“Eles foram presos injustamente, através de processo que tem como autor o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Paulo Maia, dono da fazenda Pau a Pique. O desembargador, de forma injusta, não reconhece que os moradores posseiros nasceram e se criaram na fazenda. Logo ele, que é pago com o dinheiro público para julgar injustiças contra trabalhadores”, destacou o deputado.
Frei Anastácio acrescentou que, entre os presos, existem dois posseiros com quase 80 anos de idade, que nasceram na fazenda e nunca saíram de lá. “Eles deram a vida trabalhando nas terras da fazenda. E no ano passado, o desembargador impediu que as famílias continuassem realizando suas plantações, sem reconhecer nenhum direito adquirido. As famílias, então se recusaram a sair das terras e continuaram plantando. O desembargador entrou com processo acusando a todos por invasão”, relatou o presidente da Comissão de Direitos Humanos.
De acordo com o deputado, o que choca também, além da falta de sensibilidade do desembargador em reconhecer os direitos adquiridos das famílias, é que Paulo Maia alegou no processo, um prejuízo de R$ 90 mil, que teria sido causado pelos posseiros. “Essa é mais uma mentira do desembargador. O que as famílias fizeram foi realizar plantação de cinco hectares. Peço que a justiça mande a perícia no local para averiguar que não houve esse prejuízo alegado pelo desembargador. Ele está mentindo para prejudicar as famílias”, disse o deputado.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos informou que os trabalhadores estão sendo defendidos por advogados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e assistidos pela Pastoral Carcerária, em Pilar. “Eles também têm total apoio do nosso mandato e como presidente da Comissão de Direitos Humanos, eu não poderia me calar diante de tamanha injustiça contra essas famílias e esses trabalhadores encarcerados, como se fossem criminosos. Um dos idosos de 70 anos, inclusive, sofre de problemas cardíacos. Mas, quero agradecer a direção da cadeia de Pilar, pela forma humana com que está tratando os trabalhadores. Todos sabem que são homens de bem, presos injustamente”, destacou.
Assessoria