Projeto ‘Cambada’ apresenta sete atrações musicais de 13 a 28 de janeiro no Espaço Cultural

Com o objetivo de valorizar a música paraibana e seus compositores, a Funesc lança em janeiro o projeto “Cambada”, cujo nome faz uma referência ao coletivo de caranguejos. A proposta consiste em realizar uma série de shows onde artistas da terra se apresentam com repertório construído exclusivamente com músicas de compositores paraibanos. Quem abre a agenda é a banda Seu Pereira e Coletivo 401, na quarta-feira (13), seguido de A Troça Harmônica, que se apresenta na quinta-feira (14) e Escurinho, na sexta-feira (15). Na segunda semana, o projeto recebe Wister na quarta-feira (20) e Trio APX na quinta-feira (21). A última semana traz Totonho na quarta-feira (27) e Adeildo Vieira na quinta-feira (28).

Apenas o primeiro show será no Teatro Paulo Pontes. Os demais acontecerão na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, sempre a partir das 20h. Os ingressos custarão R$ 10 (inteiro) e R$ 5 (estudante). A venda de ingressos é feita na bilheteria do local, começando com uma hora de antecedência.

Com a ação, a Funesc pretende oferecer um panorama da produção local à população, ampliando dessa forma o acesso às mais variadas vertentes da música, onde cada artista apresenta, além de seu repertório autoral, músicas de conterrâneos. “Pretendo cantar poucas músicas minhas. Vou cantar mesmo é canções de alguns companheiros que pincei na nossa cena musical e que se encaixa um pouco com minha forma de tocar e cantar”, explica o músico Adeildo Vieira.

Seu Pereira e Coletivo 401 – O grupo Seu Pereira e Coletivo 401 faz parte da nova safra de artistas paraibanos. A banda apresenta um trabalho pautado na originalidade de suas canções autorais com uma força poética marcante, ritmo híbrido e letras que retratam o cotidiano da cidade. O coletivo 401 – coletivo metafórico – que carrega influências e ideias, faz referência ao coletivo 401 físico, que cruza a capital paraibana, saindo do bairro do Altiplano, passando pelo bairro da Torre, até chegar ao centro da cidade, carregando personagens reais, personagens como o próprio Seu Pereira. Passageiros que moem suas alegrias, angustias, sonhos e dúvidas, sempre com os olhos atentos na próxima parada. O som da banda carrega balanço e swing. É baião nervoso, é samba-rock nordestino e funk Paraíba.

Com 6 anos de formação, a banda Seu Pereira e Coletivo 401 já se apresentou nos principais festivais de música do Estado, e circulou por várias cidades do país, a exemplo de Natal, Brasília, Taguatinga, Goiânia, Rio de Janeiro e São Paulo. A banda também já se apresentou na África e na Europa.

A Troça Harmônica – Formada em 2013, A Troça Harmônica lançou em 2015 seu primeiro álbum com músicas autorais. “Pianinho” (Lucas Dourado/Chico Limeira/Gustavo Limeira) e “Maria vem” (Regina Limeira) foram as escolhidas como os singles de apresentação do álbum, disponibilizadas pelo YouTube ainda em março. Neste meio tempo, foram reveladas nas apresentações ao vivo “Mel de sal” (Lucas Dourado, em parceria com sua esposa, Polly Barros) e “Vertigem da inocência” (Chico César). Sobre esta última, o presente veio de um momento despretensioso. Chico, o Limeira, pediu ao César permissão para gravarem uma de suas canções, que imediatamente liberou todo o seu catálogo. “Quando me disseram que queriam gravar algo inédito meu, lembrei imediatamente de ‘Vertigem da inocência’, por acreditar que encaixaria com esse momento de início de uma carreira”, declarou Chico César. A única completamente inédita é a faixa 12, “Intimidade” (Chico Limeira), última a ser composta.

Para embalar o pacote de canções, a arte da capa, assinada por Silvio Sá, revela o ambiente afetivo que deu forma às inquietudes de corações juvenis: a aura serena de um “quintal de vó”, no caso, da escritora Dôra Limeira, uma das inspirações artísticas da família. Depois de cruzarem os muros dos quintais e chegarem até às ruas e casas de shows pessoenses, com o lançamento online de A Troça Harmônica, o grupo fecha um ciclo, entregando suas crias ao mundo, inserindo-se na aldeia global profetizada pela comunicação, mas sem perder o cheirinho da terra molhada do quintal da infância.
Escurinho – Pernambucano nascido em Serra Talhada radicado na Paraíba. Compositor, cantor e percussionista, atua também no teatro como ator e na criação de trilhas. Sua formação musical vem da sua experiência com o pai que se apresentava cantando em festas e a convivência com as manifestações populares típicas das cidades do interior do nordeste. Interprete performático, traz em sua música uma poesia urbana de caráter social, numa fusão de ritmos que vai do xote ao reggae; do experimentalismo ao rock; do forró ao baião; do caboclinho ao boi de reizado; dos ritmos afros e tribais, do maracatu ao coco de embolada.

Foi em Catolé do Rocha que o músico iniciou sua carreira quando emigrou, na década de 70. Naquela época fundou, ao lado de amigos como o compositor Chico César, o grupo “Ferradura” marcando os festivais e shows do sertão paraibano. No começo dos anos 80, chegou a João Pessoa e logo participou do grupo “Jaguaribe Carne” junto com Paulo Ró e Pedro Osmar. No teatro foi premiado em 1992, pela criação e execução da trilha sonora do espetáculo “Vau da Sarapalha”, no XIII Festival Nacional de teatro em São Paulo.

Paralelo à sua atuação em festivais de música e teatro, idealizou e montou em 1995, o show “Labacé”, que leva o nome de seu primeiro CD, com boa repercussão na cena local e nacional. Seu segundo álbum, “Malocage”, também teve boa aceitação do público e da crítica. Em 2013, lançou o seu terceiro CD “O Princípio Básico”, que tem patrocínio do BNB através do Programa de Cultura Banco do Nordeste/BNDES. Este ano, o artista finaliza o seu 4º CD, “Ciranda de Maluco” com patrocínio do Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos (FIC), e também apresenta o show homônimo em praças públicas através de projeto aprovado pelo Fundo Municipal de Cultura (FMC).

Wister – Wister nasceu em 1985 em João Pessoa sem nenhuma ligação direta com a música, surpreendeu e surpreende até hoje os irmãos, pais e amigos mais próximos ao figurar ao longo dos anos boas notícias sobre suas composições, parcerias e trabalhos bem aceitos pela crítica e pelo público. Desde os 11 anos de idade, o cantor e compositor mostrou uma empatia imensa com a música, cantarolava sem muito pudor canções de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Vital Farias, Alceu Valença entre outros tantos, também nesta época ele teve o primeiro contato com um instrumento musical, um pequeno teclado de apenas duas oitavas que “chiava estranho” com as pilhas fraquinhas e um xilofone multicor.

Em meados de 2005, em uma brincadeira de estúdio, Wister é pego de surpresa ao ter uma interpretação sua gravada pelos colegas de trabalho em um estúdio de gravação desativado que havia sido alvo de uma operação de remontagem, depois desta surpresa o cantor e compositor resolve se aventurar pelos caminhos da música de vez e dedicar-se mais ao canto.

Agora, Wister finaliza seu novo trabalho, Eu Daqui, que traz um novo tempero, novas influências e uma musicalidade filha das origens da música brasileira, cheio de suingue e referências a grandes compositores como Gilberto Gil, ídolo incontestável do cantor que ganhou uma homenagem com a canção Um Rei (música selecionada no Music From Paraíba 2014) , além de um passeio pelos elementos do samba, do forró e da música africana. O músico já está com o show novinho em folha preparado para figurar nos palcos em 2015, levando ao público um misto de festa, romance e homenagens as suas origens.

APX – Em meados de 2015, os músicos, compositores, produtores e artistas paraibanos Alex Madureira, Paulinho Ditarso e Xisto Medeiros, na ânsia de criar e executar um repertório musical inteiramente autoral e baseado nos ritmos tipicamente paraibanos, formam o grupo “APX”. Criado a partir do laboratório de experimentações e pesquisas, o grupo, como o próprio nome já diz, traz um pouco da experiência, paixão e amor pela música de cada um dos seus componentes. Com formação orgânica, acústica e eletrônica, a guitarra pulsante de Alex Madureira; os simples, o pandeiro e o violão de Paulinho Ditarso; e os contrabaixos acústico e elétrico de Xisto Medeiros, o “APX” propõem uma viagem ao desconhecido, uma experiência com o novo, onde a musica é soberana acima dos modismos e das tendências de mercado. Sejam bem vindos! Esse é o nosso som, o som da gente!

Totonho – Compositor, produtor e cantor. Totonho nasceu em 1964 na cidade de Monteiro, na Paraíba. Lá, foi vendedor de buchada de bode e assistiu a muitas cantorias de repentistas da região. Foi quando teve seu primeiro contato com a música. “Minha casa vivia cheia de gente, então me acostumei a vê-los pela casa. Com nove anos, Totonho montou a banda Os Renegados, que tocava com latas (guitarra de lata, bateria de lata e afins). “Foi ali que começou tudo e me tornei compositor”.

Em 1982 resolveu que queria mesmo seguir a carreira de músico. Foi para João Pessoa, onde fundou o Musiclube da Paraíba, uma cooperativa de compositores por onde passaram nomes como Chico César, Milton Dornellas, Jarbas Mariz e os irmãos Pedro Osmar e Paulo Ró, Adeildo Vieira, entre outros. Embora já com 15 anos de estrada, o primeiro registro fonográfico só saiu em 2001 pela Gravadora Trama. Em 2005 lançou o segundo álbum,Sabotador de Satélite, incluso ainda em duas Coletâneas internacionais da Nova Musica Brasileira selo-Toten França, e o Coletivo Hip Hop do Mundo, Selo África Mundi/U.S.A, produzida pelo americano Malvin Gibson.

Adeildo Vieira – Adeildo Vieira é compositor do nordeste brasileiro, nascido na cidade de Itabaiana, estado da Paraíba. Iniciou sua trajetória musical em 1984, desenvolvendo projetos culturais de natureza coletiva no Musiclube da Paraíba, entidade de músicos e compositores paraibanos por onde passaram artistas como Pedro Osmar, Chico César, Milton Dornellas, Paulo Ró, Escurinho, entre outros.

Seu álbum mais recente, ”África de Mim”, foi lançado em dezembro de 2015 com recursos do Fundo de Incentivo à Cultura do Governo do Estado da Paraíba. Este novo trabalho nasce com aspirações universais e desejo de mundo, pois representa nas canções nele contidas a experiência colhida em suas relações culturais com o continente africano, exaltando ainda a força da canção brasileira com raízes negras.

Adeildo Vieira se constitui hoje num dos nomes mais importantes da cena cultural da Paraíba, pois traz na sua postura a presença de artistas que fazem a dignidade das expressões culturais da sua terra que, aliás, transcendem os limites geográficos ou políticos que grosseiramente se impõem nas lógicas de mercado. Este artista carrega a bandeira da universalidade que reconhece tanto as raízes como as antenas do seu povo.

Serviço
Projeto Cambada – 13 a 28 de janeiro
Quarta, 13/01 – Seu Pereira e Coletivo 401 Acústico – local: Teatro Paulo Pontes
Quinta, 14/01 – A Troça Harmônica – Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira
Sexta, 15/01 – Escurinho – Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira
Quarta, 20/10 – Wister – Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira
Quinta, 21/01 – Trio APX – Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira
Quarta, 27/01 – Totonho – Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira
Quinta, 28/01 – Adeildo Vieira – Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira
Ingressos: R$ 10 (inteiro) e R$ 5 (estudante)*
* A venda de ingressos é feita na bilheteria do local do show, começando com uma hora de antecedência.

DPB com Funesc

Redação DiárioPB

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