Ministério da Cultura critica Grammy por desrespeito a Milton Nascimento
O artista não teve direito de ocupar as principais cadeiras do evento
O Ministério da Cultura publicou, nesta terça-feira (4), uma nota de repúdio ao tratamento dado a Milton Nascimento na cerimônia do Grammy 2025. O artista, de 82 anos, não teve direito de ocupar as cadeiras principais e optou por se ausentar do evento, realizado em Los Angeles no domingo (3). A equipe do músico alegou que, segundo a justificativa da organização da cerimônia, “ficariam nas mesas apenas os artistas que eles queriam no vídeo”. Os vencedores do Grammy são escolhidos pelos 13.000 cantores, compositores, produtores, engenheiros e outros que compõem a Academia de Gravação.
De acordo com a pasta comandada pela ministra Margareth Menezes, “a decisão da Academia de posicioná-lo em um local incompatível com sua trajetória, prestígio internacional e necessidades físicas demonstra falta de sensibilidade e respeito a um dos maiores nomes da música brasileira”.
“Milton Nascimento, ícone da cultura nacional, coleciona prêmios e reconhecimentos que atravessam gerações e fronteiras. Sua obra influenciou artistas em todo o mundo, elevando a música brasileira a patamares de excelência. Com sua voz única e composições memoráveis, Milton seguirá sendo celebrado por aqueles que compreendem e respeitam sua imensa contribuição à música”.
Grammy
A cantora Beyoncé ganhou o prêmio máximo no Grammy Awards no domingo, levando o álbum do ano pela primeira vez em sua carreira com seu disco country “Cowboy Carter”. O rapper Kendrick Lamar ganhou o prêmio de disco e música do ano por “Not Like Us”, uma faixa de discórdia em sua rixa com o rapper e cantor canadense Drake. Lamar, que venceu as cinco categorias para as quais foi indicado, dedicou suas vitórias a Los Angeles.
A cantora de “Pink Pony Club”, Chappell Roan, foi eleita a melhor artista nova e usou seu tempo no palco para pedir às gravadoras que paguem aos músicos um salário digno com benefícios de saúde. Ela se lembrou de uma época em que se sentia “desumanizada” por não ter plano de saúde.”Gravadoras – nós temos vocês, mas vocês têm a nós?”, disse ela.
Swift, que já ganhou o prêmio de álbum do ano quatro vezes e foi indicada por “The Tortured Poets Department”, ficou de fora. Ela subiu ao palco uma vez para apresentar o Grammy de melhor álbum country, uma premiação que foi para Beyoncé (com Reuters).