Carol Dartora denuncia novos ataques racistas e ameaças de morte recebidas por e-mail
A deputada federal Carol Dartora (PT-PR) voltou a ser alvo de ameaças de morte e racismo explícito em e-mails enviados para seu endereço institucional na Câmara dos Deputados. Em meio a ataques de ódio e ofensas raciais, o autor das mensagens intimida a parlamentar com detalhes sobre sua rotina e declara a intenção de violência física. As ameaças incluem a promessa de tortura e perseguição a seus familiares, além de menções ao número de gabinete de Dartora na Câmara.
Essas investidas racistas, que totalizam 43 e-mails recebidos ao longo de um mês, levaram a deputada a buscar apoio junto à Polícia Legislativa, à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal. A ofensiva violenta menciona diversas vezes a cor de sua pele em tom depreciativo e detalha agressões físicas planejadas, como “derramar gasolina” sobre o corpo da parlamentar e atear fogo. “Se você não aprende no amor, vai aprender na dor”, ameaça um dos textos, que também inclui xingamentos raciais e ofensas direcionadas.
Dartora, que é a primeira mulher negra eleita deputada federal pelo Paraná, já havia recebido ameaças anteriormente, inclusive após seu mandato como vereadora em Curitiba. Em declaração recente sobre os ataques, a parlamentar afirmou que continuará sua luta contra o racismo e pela igualdade de direitos, destacando a importância de enfrentar a violência política de gênero. “Essas ameaças são um ataque não só a mim, mas a todas as mulheres negras que ousam ocupar espaços de poder. Eu não vou me calar, vou lutar por justiça, igualdade e respeito”, reiterou Dartora.
Essas novas ameaças retomam um histórico de ataques que a deputada já enfrentava desde 2020, quando recebeu mensagens de ódio pouco após sua eleição como vereadora. Naquela ocasião, Dartora relatou ter “perdido as contas” do número de agressões raciais durante a campanha. Mais recentemente, em e-mails enviados há duas semanas, o agressor acrescentou insultos misóginos e comentários sarcásticos sobre temas como a solidão das mulheres negras, reforçando estigmas e promovendo um discurso de violência.
O caso agora será investigado sob as diretrizes de crimes de racismo, violência política de gênero, ameaça e perseguição, reforçando a necessidade de responsabilização para práticas de ódio e discriminação racial.