Propostas de Sustentabilidade e Transição Justa são apresentadas em encontro preparatório do G20 Social
As propostas são defendidas pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e movimentos sociais
A criação e implementação de um Plano Nacional de Mudança Climática que integre as questões sociais, especialmente as que afetam os grupos mais vulneráveis, às políticas de descarbonização da economia, foi uma das principais propostas defendidas pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e movimentos sociais durante o Encontro Preparatório da Cúpula Social do G20. O evento, realizado na última terça-feira (20), na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, reuniu diversas organizações para debater e formular sugestões para a agenda global de governança sustentável.
As propostas discutidas durante o encontro serão incluídas em um texto base que ficará disponível na plataforma G20 Social, um espaço aberto para contribuições da sociedade. Essas ideias e considerações serão encaminhadas à Cúpula Social do G20, um fórum internacional que reúne 19 países e a União Europeia para discutir cooperação econômica global.
Dentre as sugestões apresentadas pela FUP e outros movimentos populares, destaca-se a visão de sustentabilidade que busca integrar justiça social, proteção ambiental e a participação ativa das comunidades locais. “O objetivo é influenciar a agenda global do G20 para uma governança mais inclusiva e sustentável”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Propostas Destacadas
Financiamento climático: a FUP e os movimentos sociais propuseram que os países do G20 liderem um processo para aumentar os compromissos de financiamento climático, com recursos novos e adicionais, voltados especialmente para os países em desenvolvimento mais vulneráveis às mudanças climáticas.
Inteligência artificial e dados ambientais: foi sugerida a criação de um sistema nacional de dados ambientais, integrando dados públicos e privados em níveis nacional e local. Esse sistema promoveria a geração cidadã de dados, que seriam reconhecidos e utilizados pelo Estado.
Transição energética justa: a proposta defende que o G20 promova o acesso universal e equitativo à energia limpa, com ênfase na geração descentralizada e distribuída. Também foi recomendada a implementação de salvaguardas para proteger ecossistemas e comunidades locais, além de uma moratória global para exploração de petróleo e gás.
Proteção da biodiversidade costeira: foi discutida a necessidade de uma transição energética justa para o setor pesqueiro artesanal, com medidas como o bloqueio de usinas eólicas offshore que possam impactar negativamente a biodiversidade e as comunidades tradicionais.
Participação social: a proposta de uma transição justa inclui a ampla participação social, englobando sindicatos e associações, garantindo que as vozes das comunidades afetadas sejam ouvidas e respeitadas.
Agroecologia e proteção florestal: a FUP e os movimentos sociais defenderam uma transição agroecológica com desinvestimento em atividades que destroem as florestas e o redirecionamento de investimentos para alternativas que garantam a proteção florestal e a demarcação de territórios indígenas.
As contribuições debatidas no encontro serão sistematizadas em relatórios, que posteriormente serão consolidados em um documento final. Este documento servirá de base para as discussões durante a Cúpula Social do G20, marcada para os dias 14 a 16 de novembro.
O evento sublinha a importância de incorporar as questões sociais nas políticas climáticas, visando uma transição para uma economia mais sustentável e justa. A expectativa é que as propostas formuladas no encontro possam influenciar de maneira significativa as deliberações do G20, promovendo uma governança global que contemple tanto o desenvolvimento econômico quanto a proteção ambiental e os direitos sociais.
Com Brasil 247