Avião da Voepass operava sem registrar 8 informações essenciais na caixa-preta
O avião da Voepass caiu em Vinhedo, na última sexta-feira (9), deixando 62 vítimas
O avião da Voepass que caiu em Vinhedo, na última sexta-feira (9), operava com autorização para não registrar oito informações de voo na caixa-preta da aeronave. Esses dados agora são cruciais para determinar as causas da queda, incluindo informações sobre a funcionalidade dos freios (pressão e aplicação dos pedais direito e esquerdo), sistemas de pressão hidráulica e todas as forças de comando dos controles de voo (volante, coluna e pedais).
De acordo com a CNN Brasil, a companhia aérea possuía uma licença temporária de 18 meses, concedida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em 1° de março de 2023, que autorizava essa operação. A autorização foi emitida após um pedido da Voepass, que pretendia incorporar a aeronave à sua frota, mesmo sem ela estar apta a gravar todos os parâmetros operacionais exigidos pelo Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC n° 121).
Saiba mais – A Voepass cancelou, no fim de semana, todos os voos da rota Fortaleza-Natal-Fernando de Noronha até o dia 31 de agosto, alegando “contingenciamento da operação” após o acidente em Vinhedo.
“Está mantida a rota Recife/Fernando de Noronha em dois horários distintos. As demais rotas foram suspensas até 31 de agosto (Fortaleza/Fernando de Noronha e Natal/Fernando de Noronha)”, informou a Voepass, em nota.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, o avião que faz a rota, um turboélice ATR-42 com capacidade para 48 passageiros, apresentou uma série de falhas de manutenção que causaram grande apreensão na tripulação. A denúncia foi feita em fevereiro por um tripulante à chefia superior. Um funcionário, que fez a denúncia de forma anônima, relatou diversas avarias na aeronave, incluindo um rasgo no sistema de proteção contra congelamento da asa, justamente uma das possíveis causas que podem ter levado à perda de sustentação do ATR-72 que se acidentou.
Com Brasil 247