67% dos brasileiros são contra privatizações de estatais, mostra Datafolha

petrobrasA privatização de empresas públicas, uma das medidas anunciada no pacote econômico do presidente Michel Temer (PMDB) em agosto deste ano, tem a rejeição de pelo menos 67% da população brasileira. Essa parcela, apontada em levantamento do Datafolha, vê mais prejuízos que benefícios na venda de companhias brasileiras para grupos estrangeiros.
A oposição à venda de estatais, de acordo com a pesquisa divulgada pelo jornal Folha De S. Paulo nesta terça-feira (26), predomina nos recortes analisados por região, sexo, escolaridade, preferência partidária e aprovação à gestão Temer. A privatização da Petrobras é rechaçada pela maior parte da população. Pelo menos 70% se disseram contrários, e 21%, a favor.
No entanto, entre os brasileiros que ganham renda superior a dez salários mínimos por mês, 55% se disseram favoráveis. Este é o único recorte onde a taxa supera os 50% de aprovação. Entre os que ganham até dois salários mínimos, apenas 13% são a favor.
No cenário eleitoral, “nenhum grupo que hoje votaria nos potenciais candidatos é majoritariamente favorável à privatizações em geral nem à venda da Petrobras”. De acordo com o levantamento, os menos resistentes são os eleitores de Geraldo Alckmin (PSDB) e Jair Bolsonaro (PSC). Os eleitores do ex-presidente Lula são os que mais rejeitam as privatizações. A rejeição foi de 80% para a venda de estatais em geral e de 76% para a venda da Petrobras.
“Os moradores do Norte e do Nordeste são os mais resistentes —com taxas de 78% e 76% de reprovação, respectivamente—, enquanto os do Sudeste são os que melhor aceitam a ideia: são 67% contrários e 25% a favor”, aponta a reportagem. Na pesquisa, foram ouvidas 2.765 pessoas com margem de erro de dois pontos percentuais.
Em agosto, Temer anunciou um pacote de privatizações com 57 empresas e projetos. Na lista, 14 aeroportos, 15 terminais portuários, duas rodovias e 11 lotes de linhas de transmissão de energia. Na mira do governo estão a Casa da Moeda, que também fabrica passaportes, e o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A venda da participação acionária da Infraero nos aeroportos de Guarulhos, Confins, Brasília e Galeão também está nos planos.
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