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Padre faz sermão em missa aclamando o Coronel torturador Brilhante Ustra

Durante Missa realizada nesse sábado (15.10) na Paróquia de São Miguel Arcanjo e Santo Expedito, na Asa Norte DF, o torturador Coronel Brilhante Ustra, foi aclamado como um herói que lutou pela paz. Mostra como apesar do discurso de paz, a igreja aclama um assassino responsável por milhares de mortes, torturas e estupros.

Ustra foi comandante do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações) do 2º Exército, lotado em São Paulo, entre 1970 e 1974 – período em que ocorreu o auge da repressão às organizações da esquerda. O Coronel assassino dedicou sua vida a torturar e assassinar jovens, trabalhadores, e todo e qualquer um que se colocasse contra a ditadura, e que lutasse por liberdade.

Seu nome ser citado como herói em missa demonstra ligações reacionárias da igreja com ideologias ditatoriais, assassinas e que mancharam de sangue e estupro a vida de milhares de pessoas. No Brasil os crimes da ditatura não foram punidos, permitindo que nomes de assassinos sejam aclamados não só em missa, mas também durante o golpe institucional que o deputado Bolsonaro aclamou a memória do torturador.

Segundo dados limitados da Comissão Nacional da Verdade, durante a gestão direta de Ustra morreram ou desapareceram pelo menos 45 presos políticos. Em depoimento na Comissão, o coronel negou todas as acusações. “Nunca cometi assassinatos, nunca ocultei cadáveres, sempre agi segundo a lei e a ordem. (…) Não vou me entregar. Lutei, lutei e lutei”, exaltado e batendo com os punhos na mesa. A hipocrisia assassina de Ustra infelizmente nunca foi punida, o torturador morreu no dia 15 de outubro de 2015, aos 83 anos, após uma pneumonia.

Na missa onde o coronel foi citado haviam cerca de 300 fiéis, a viúva de Ustra, Maria Joseita Brilhante Ustra, e outros parentes do coronel. Para o padre, Ustra acabou sendo “incompreendido”, e também teria chamado a atenção para as “injustiças” cometidas pela história apontado para a necessidade de uma busca da verdade. Padre de caráter não menos horrendo que o torturador, ainda busca falar em justiça quando o Estado foi responsável por milhares de mortes, torturas e estupros.

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