Entre as tatuagens, uma delas reflete o momento — e a torcida — de Neymar: ‘Tudo passa”. Investigado pela Justiça da Espanha por crime de corrupção e fraude contratual, o atacante do Barcelona tem exibido a face de “bad boy” que contrasta com a imagem de bom moço, dos sonhos para qualquer agência de marketing. Na Europa, tem colecionado desafetos. Pela seleção, está com o pavio curto nas quatro linhas.
Contra o Athletic Bilbao, na final da Copa do Rey, a lambreta que aplicou em Bustinza sustentou as rodas de debates. No lance, Neymar foi cercado pelos rivais. Até Messi se viu obrigado a defendê-lo. As críticas vieram de todos os lados do mundo. O técnico Luis Enrique, Xavi… Deboche? Os jogadores do Atlético de Madri já haviam criticado o brasileiro pelo estilo provocador.
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— Neymar vai ter problemas ao longo da sua carreira. Ele tem um estilo de jogo baseado em fintas, além de falar muito — alertou o apoiador Cani.
Por aqui, o carisma de Neymar com a torcida é da medida em que arrebanha desafetos. Contra o Avaí, em 2012, o então técnico Antônio Lopes revelou que um jogador foi humilhado pelo atacante: “Sou milionário”, teria dito. Hoje técnico do Botafogo, René Simões foi o primeiro a dar o alerta ao criticá-lo pela postura na demissão do técnico Dorival Jr., em 2010 — “Estamos criando um monstro”. Campeão da Liga dos Campeões, Neymar chegou à seleção diferente. Réu no processo da DIS, que cobra € 27 milhões (R$ 95 milhões), ele se irritou com a torcida em Porto Alegre, brigou com os árbitros na Copa América e arrumou confusão contra a Colômbia. Culpou o juiz.
— O que você diria se você estivesse como reú de um processo. Isso mexe com o emocional de qualquer um. Ele não está certo no que fez, mas tem muita coisa envolvida. Isso não descaracteriza ou tira o mérito do que ele tem feito ao futebol — disse René Simões.
Ex-jogador e agora técnico do Vasco, Doriva olha apenas para as quatro linhas.
— O atleta, em algumas situações, fica pilhado. A primeira partida dele foi brilhante, mas a oscilação existe. Nos jogos entre sul-americanos há muita provocação. Tenho certeza que foi um ponto fora da curva
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