O adeus de Ceni no São Paulo: ‘Se o passado não morre, o futuro não nasce”

Rogério CeniFim. Foram 25 anos de clube, dezenas de títulos e uma idolatria como nunca poderia imaginar. Chegou ao fim, na última sexta-feira, a carreira de Rogério Ceni como jogador do São Paulo. Um adeus melancólico, mas feliz com o jogo de despedida entre os bicampeões mundiais de 1992/1993 e o time tricampeão em 2005.

“Nada na vida é insubstituível. Novas lideranças dentro do campo surgirão, e, se o passado não morre, o futuro não nasce. Era como tinha sido desenhado. Eu sinto que não dava mais para continuar. Meu corpo está cansado, sinto dores”, disse em sua última entrevista coletiva como goleiro do time tricolor.

Satisfeito com sua última partida, ele já torce para que jogos como esse se repitam. “Lamento que tenha demorado tanto para que esse evento tenha acontecido. Espero que aconteça mais vezes”, afirmou.

Cansaço

“Eu saí do Morumbi nas últimas duas noites mais de 2h da manhã. Nenhuma noite eu dormi mais do que 4 horas. Nem esta, que os meus familiares vieram do Mato Grosso. Não tenho dormido direito. Amanhã seguem as atividades aqui. Não sei como vou fazer isso fisicamente. Amanhã, domingo e terça eu tenho atividades aqui. Acredito que a idade aparenta, mas o semblante é de quem dormiu pouco.”

Triste por se aposentar?

“Eu achei que fosse ficar mais triste, mas me senti bem enquanto fiquei em campo. Claro que quando começou a contagem regressiva vai caindo a ficha. Mas me sinto realizado como atleta. Olho para o passado e fico feliz com os títulos que conquistei. O número de são-paulinos que aumentaram graças a essas duas gerações que estiveram no gramado.”

Presidente do São Paulo?

“Não, porque eu não tenho toda essa capacidade intelectual. Não sou formado em faculdade, minha formação é a vida. Não tenho formação teórica. Acho que tem pessoas mais indicadas neste momento. Ser presidente não é profissão. É doar seu tempo, parte da vida para o clube. Eu ainda tenho coisas para fazer, aprender para dirigir um clube do tamanho do São Paulo.”

O ídolo

“Eu me sinto mais um são-paulino que teve a oportunidade de dar todo talento no jogo. Isso é o tempo que vai dizer, as vozes no estádio, o canto, a lembranças que ficam.”

A lembrança da mãe

“À minha mãe, que não está mais aqui, mas eu acho que é um momento para ser vivido por todos. Para ser eternizado. Na minha memória ficará para sempre. Uma noite como essa não é comum no futebol brasileiro, reunir tantos campeões mundiais, vocês dando importância a esse evento. Quero agradecer a toda nação são-paulina.”

“Minha mãe viu todos os momentos. Lá de cima vemos muito melhor do que aqui. Ela está no lugar mais nobre que um humano pode estar: ao lado de Deus. Eu sempre lembrei dela nas orações. Para mãe e pai não existe um momento.”

Despedida no Morumbi

“Passaram 25 anos, muita coisa se perde pelo tempo. Esse desejo é meu, que eu estava dormindo essa noite, e eu acho que seria bacana porque, pela identificação e carinho, por onde eu vivi 65% da minha carreira. Eu não gostaria que fosse em um lugar qualquer. Eu gostaria que fosse aqui porque eu deixei minha vida como atleta. É uma coisa minha, nunca manifestei. Estaria mais perto daquilo que mais amei na minha vida.”

Jogou na linha

“Fiquei feliz por jogar na linha com a camisa do São Paulo. Era necessário para uma festa dessas. Eu tentei fazer algo diferente, em favor do entretenimento.”

ESPN Brasil

Redação DiárioPB

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