Jota Sobrinho, músico e compositor de forró, publicou pelas redes sociais, uma nota de repúdio, ao que ele classifica como “descaracterização do São João”. Ele não conseguiu esse ano nenhum contrato para tocar nos “dias fortes”, 23 e 24 de junho, e disse as atrações que estão sendo contratadas para esses dias “não têm nada a ver com o verdadeiro São João”.
O desabafo de Sobrinho acabou se tornando uma espécie de manifesto de centena de músicos nordestinos, que, a cada ano, vêem os palcos minguarem para apresentações do legítimo e tradicional, também conhecido na região como “pé-de-serra”.
Esse ano, com agravamento da crise financeira, até expoentes da música nordestina, como Zé Ramalho e Alceu Valença tiveram contratos cancelados em grandes eventos juninos, como o São João de Campina Grande. Para artistas menos conhecidos a situação se tornou ainda mais difícil.
Outro problema que atinge esse setor da economia criativa tem sido os constantes calotes aplicados pro prefeituras, fundações culturais e outros órgãos públicos, que contratam mas não pagam os cachês dos artistas, ou demoram uma eternidade para quitarem as dívidas com músicos, bandas e trios.
DiárioPB – Por Dalmo Oliveira
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